A bancada de oposição na Câmara Municipal de Campina Grande foi pega de surpresa com a inclusão de última hora, durante a sessão desta quinta-feira, 24, de matérias de origem do poder executivo na pauta de votação. Segundo os vereadores do bloco, durante a maior parte da sessão não houve qualquer menção a estas matérias, que teriam chegado à casa cerca de 24 horas antes e nem ao menos foram distribuídas para conhecimento prévio.
O líder da oposição, vereador Galego do Leite (Podemos), explicou que, diante da manobra, o bloco decidiu se retirar do plenário, como sinal de protesto. “Não poderíamos aceitar que mais uma vez o governo, seus líderes e a mesa diretora nos empurrem goela abaixo matérias chegadas de última hora, sem que possamos sequer ter o tempo minimamente hábil para analisa-las. Isso já é demais! Por isso, concordamos em deixar o plenário”, contou.
O parlamentar destacou que os integrantes da oposição compreendem que, na condição de bancada minoritária, acabarão vencidos em votações, no entanto, lembrou que o ocorrido nesta quinta-feira é algo diferente do habitual rolo compressor do governo. “O que aconteceu foi uma manobra, uma imposição grosseira, que representa um desrespeito em relação ao qual não podemos silenciar”, disse.
Diante do ocorrido, os vereadores oposicionistas vão estudar conjuntamente quais medidas poderão ser adotadas para tentar impedir que esse tipo de manobra volte a se repetir. “É inadmissível que sequer tenhamos direito a ler com alguma antecedência os projetos que o poder executivo envia à Câmara. Isso é uma afronta não apenas à oposição, mas à natureza do poder legislativo e, portanto, ao bem-estar democrático. Um poder não pode ser subserviente a outro”, concluiu.
Retiraram-se do plenário, além de Galego do Leite, os vereadores Olimpio Oliveira (PMDB), Bruno Faustino (PSB), Rodrigo Ramos (SD) e Anderson Maia (PSB).