Galego denuncia uso indevido da folha por Romero e crueldade com pais e mães de família


O vereador Galego do Leite (PTN) mostrou-se perplexo, embora não surpreso, com a medida implementada pelo prefeito Romero Rodrigues que, passada a eleição, em pleno período de final de ano, decidiu colocar na rua quase quatro mil pais e mães de famílias, boa parte dos quais agregados à folha do município meses antes da campanha eleitoral.

O parlamentar ressaltou que, diante do cenário econômico que o país atravessa, ações amargas até precisarão ser adotadas pelos gestores, mas fez questão de denunciar que, no caso de Campina Grande, o que houve de fato foi o uso da crise como desculpa para uma manobra tão maliciosa quanto cruel. “Ou Romero descobriu a crise agora ou essas pessoas foram usadas e descartadas após a vitória dele nas urnas”, comentou o vereador.

O raciocínio é confirmado pelos dados do Sagres do TCE/PB. Em janeiro de 2016, havia 2.014 prestadores de serviço vinculados à Prefeitura de Campina Grande. No mês seguinte, o número de prestadores subiu para 3.029, o equivalente a um aumento superior a 50% do dia para a noite. Em março, já eram 3.167; em abril, 3.270; em maio, 3.357; em junho, 3.438; em julho, 3.473; e em agosto, 3.502.

A escalada de aumento das contratações precárias só terminou em setembro, provavelmente por conta da maior vigilância da oposição por causa da campanha eleitoral. Para que se tenha uma idéia ainda mais clara de como a folha foi inchada no ano da eleição, em fevereiro de 2015 havia um total de 1.578 prestadores de serviço, metade do contingente de fevereiro de 2016.

“No começo de 2016 já estávamos no meio dessa crise econômica, mas, mesmo assim, Romero seguiu contratando. E seguiria o ano todo. O número de prestadores só teve uma queda mais ou menos expressiva em outubro, ou seja, quando a eleição tinha acabado. E agora, sem ao menos se condoer do abalo que provocaria nos pais e mães de família, colocou quatro mil pessoas no olho da rua às vésperas da rompida do ano”, disse Galego.

“Eu repito: mesmo que a gente deixe de lado o mérito, ou seja, a necessidade de enxugar a folha, cabe perguntar: por que só agora, depois da eleição?”, voltou a questionar o vereador. Ele ressaltou acreditar que novas contratações ocorrerão a partir de março, mas agora com os cargos sendo preenchidos por indicados dos novos aliados. “Segundo pessoas que apoiaram o prefeito desde a primeira eleição, isso tudo é para dar lugar ‘aos novos amigos’, enquanto centenas de apoiadores sequer foram avisados previamente de que começariam o ano amargurando o desemprego”, completou.